Hoje, como usualmente, me sentei na janela pra esperar. Esperar alguma coisa que talvez não venha. Como estou esperando a muito tempo, peguei meu laptop e comecei a escrever essas linhas, bobas, eu sei, para matar o tempo. Mas o tempo tem se tornado duro na queda e,  por mais que eu espere sentada, escrevendo, ouvindo aquela música que é sua (mas não é minha – muito menos nossa…), o tempo passa vagarosamente… ele não quer saber se estou cansada, e se meus cotovelos estão ficando doloridos de tanto que ficam segurando o peso do meu corpo enquanto aguardo. Ele passa no tempo dele, só dele, e de mais ninguém.

E enquanto espero na janela, passam pessoas, conhecidos, e eu tenho que sorrir e acenar… foi assim que eu aprendi a ser, fingindo que estou apenas olhando pela janela, deixando a entender que estou feliz (talvez seja aquele sorriso que insisto em dar quando as pessoas dizem “oi, tudo bom?”). E fico aqui, sentada, corpo meio inclinado para frente, conversando com a solidão que insiste em esperar comigo. Prgunto a ela se ela ão tem outras coisas a fazer, outros que precisem dela. Mas ela diz que eu sou quem mais precisa da presença dela, da sua não-companhia… Engraçado, né? Por que, afinal, estou esperando companhia e não isso…

Ah, mas a vida é assim mesmo, fazer o que. Já tentei sair da janela, passear por aí. Mas é nesses momentos que você passa na frente da minha janelinha, e eu nem te vejo. Será que você se esconde de mim? Será que só passa quando estou no banheiro? Pode ser isso. Mas não tenho certeza… e continuo te esperando nessa janela fria, vendo a vida passar…