me sinto só. talvez seja porque o seu corpo quente nessas noites de verão não me é mais suficiente. sinto-me suforcar pela sua respiração ritmada perto do meu ouvido. e seu suspiros, quando estamos juntos, não mais me alegram. não é que eu não te ame mais, entenda. até amo. mas quando isso já não basta, o que mais me entristece é saber que te bastaria essa vidinha que estamos levando. por você, poderíamos nos trancar nesse apartamento, viver de amor e macarrão instantâneo. e eu querendo sair para comer no japonês. você tem medo do mundo. eu quero um mundo mais meu.

 

deve ser por isso que esse apartamento parece cada vez menor. estou cansada das suas histórias. você, das minhas reclamações. e a porta do banheiro continua rangendo…

fiquei pensando em todas aquelas coisas que eu já ouvi você dizer sobre mim. e sobre nós. sobre o que somos ou, como você adora lembrar, o que não somos. não sei viver assim, meu caro. não sei ser essa pessoa que só te procura nos momentos improváveis. sim, só sei mesmo falar de amor, que é aquilo que inspira meus textos. não que eles sejam bons para falar em inspiração, mas eu sou assim mesmo. vou fazendo e vendo no que é que dá. foi assim que me aproximei de você e te beijei. pra ver no que dava. deu que ainda somo amigos, mas que hoje te olho diferente. porque existem palavras proibidas. não há nada pior em qualquer relação do que palavras proibidas.

e você ainda enrubrece quando falo dos seus beijos, dos nossos beijos. prefere se esconder nesse papel de melhor amigo, me contar sobre todas as garotas lindas que você observa no trabalho. prefere me lembrar que sua ex-namorada é uma babaca porque não fala mais com você.  e me dizer, rindo, que às vezes acha que nunca vai ser bom pra ninguém. 

e eu fico me perguntando por que estamos aqui. por que estou escrevendo essas coisas todas, falando sobre o que não existe. escrevo ao acaso o que sinto. mas não sinto de verdade. são palavras soltas, histórias falsas. eu queria mesmo era me apaixonar…